Batizado com o nome do belo samba de Mauro Diniz e Adilson Victor que abria o lado A do LP, o álbum Feito diadema foi gravado e lançado naquele ano de 1987, se tornando o primeiro e único álbum da carioca Ircéa Pagodinho, que recentemente passou a adotar o sobrenome do irmão famoso ao retomar a carreira de cantora.
Editado pela primeira vez em CD neste mês de novembro de 2019, pelo selo Discobertas, o álbum de Ircéa foi produzido por Mauro Diniz com a presença familiar de Zeca em duas das dez músicas. Zeca assina a composição Chibatas do destino em parceria com Neoci Dias e Rixxa, além de cantar com a irmã dolente samba, Quanto te vi chorando, feito por Zeca com Arlindo Cruz.
Ouvido 35 anos após a edição original de 1987, o álbum Feito diadema mostra que o canto de Ircéa estava dentro dos padrões vocais da geração de pagodeiros cariocas dos anos 1980 (o próprio Zeca Pagodinho estreou em disco com canto pautado mais pela intuição do que pela técnica).
Embora oscilante e sem o poder de sedução do repertório inicial de Zeca Pagodinho, o repertório a que Ircéa deu voz no álbum Feito diadema inclui composições de bom nível, caso do Samba fera, obscuro título do cancioneiro de Jorge Aragão, parceiro de Nelson Rufino no tema.
Além do samba-título Feito diadema, o repertório deste único disco de Ircéa destaca a nobreza de Sonho real (Joãozinho do Cavaco, Zé Maurício e Silvinho) e o manemolente Samba curandeiro (Bandeira Brasil e Beto sem Braço).
De todo modo, o fato é que a carreira fonográfica da irmã de Zeca Pagodinho ficou somente neste até então raro álbum que ganha edição em CD produzida com 500 cópias dirigidas basicamente para colecionadores de discos, público-alvo das reedições do selo Discobertas.
Texto Créditos:Jornalista Mauro Ferreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário